domingo, 23 de maio de 2010

A coexistência: Violência x Mundial 2010



Por Stephany Bizzo


Imagem retirada do site da Radio Nederland Wereldomroep
Presidente da África do Sul Jacob Zuma

Um dos grandes impasses que permeou as discussões à respeito do local da realização da Copa do Mundo de 2010 na África do Sul consistiu no alto índice de violência presente nesse território. Esses percentuais elevados baseam-se em assaltos a mão armada e estupros. Segundo uma pesquisa recente 25% dos adultos admitiram ter forçado uma relação sexual ao menos uma vez. Além disso, perpetua na sociedade africana o preconceito racial. Os ricos sul-africanos, criadores do apartheid, não escondem a sua relação com pessoas que eles auto intitulam como não pertencentes a sua raça. Partem do pressuposto de que o negro é suspeito, até que o contrário seja provado. Porém se comparado a violência constatada no Rio de Janeiro, ir a Johannesburgo, cidade mais violenta da África do Sul, se torna algo parecido como "perambular" pelas ruas cariocas. Exemplificando isso em números: em Johannesburgo o índice de assassinatos é de 37 por 100 mil habitantes, enquanto o do Rio de Janeiro se estabelece um número de 31 por 100 mil habitantes. Diante desses fatos e números, o governo sul-africano disponibilizará em torno de 44 mil homens que se dedicarão integralmente à segurança da Copa, fora os mais de 100 mil do Exército e não executivos. Além disso as autoridades receberão ajuda de órgãos como a Interpol (organização internacional que coopera com as polícias de diferentes países) e o FBI (anti-terrorismo).
Segundo Akinola Makinwa, agente licenciado da FIFA, "A África do Sul é o país mais desenvolvido do continente e quando você fala em desenvolvimento, você pensa em segurança. Eu penso que a África inteira está feliz por sediar um Mundial e por essa razão não acredito que algum africano queira causar problemas durante o evento" Porém a mídia e os governos mais conservadores tem feito um alarde demasiado à respeito dessa questão. Segundo informações, os jornais britânicos haviam divulgado a instrução de que coletes a prova de facadas deveriam ser utilizados. O preconceito é uma questão que ainda está entranhada na mente das pessoas de forma abominável. O comissário de polícia do país, Bheki Cele, disse que no Brasil a violência é muito pior; "Eu diria que o crime no Brasil é pior... acho que lá é o único país do mundo onde um helicóptero foi derrubado por criminosos". Ele se refere ao ataque de supostos traficantes a um helicóptero da polícia no Rio de Janeiro em outubro de 2009 quando a mesma foi derrubada por disparos de potentes armas em uma operação da favela. Em proporção maior ou não, a realidade é uma só, a violência existe e algo precisa ser feito para solucioná-la de vez.

2 comentários:

Unknown disse...

Esperemos que dê tudo certo...
Paz e amor. =)

23 de maio de 2010 às 14:05
Sergio Naylor disse...

Já tive oportunidade de ir a Africa do Sul a trabalho e tenho alguns amigos por lá. Os crimes contra os brancos sao tipicamente mais violentos que no Brasil. Parece que há uma mistura de necesidade com vinganca. Um dos crimes mais comuns é a invasao de casas para roubar. Diferentemente do Brasil onde a preferencia do criminoso é encontrar a casa vazia, lá na Af do Sul o criminoso prefere encontar a casa com pessoas. Assim aproveitam para violentarem todas as mulheres e criancas na frente do dono da casa e depois matarem todos, normalmente com facoes e machados. o esquartejamento tb é um processo bastante comum nos crimes de lá contra os brancos. No Brasil, o bandido ameaca, agride, mas nem sempre mata. Lá, a morte é quase certa se voce tem a sua propriedade invadida. A noite, em Johanesburg, "o toque de recolher" depois das 10 pm é um processo cultural. Africa do Sul é mais violenta que Rio de Janeiro.

29 de maio de 2010 às 20:13