segunda-feira, 24 de maio de 2010

Sem parar


Por Guilherme Marçal

FIFA decide acabar com o recurso da paradinha antes do início do Mundial

Goleiro Rogério Ceni executando a "paradinha"; cena frequnte no Brasil

Praticada à exaustão no Brasil, a paradinha é um artifício que vem ganhando cada vez mais adeptos, uma vez que ajuda muito os batedores. É algo válido, a partir do momento que considerarmos que um pênalti é a infração máxima do jogo, merecendo, portanto, punição quase fatal (no caso, o gol). Pois bem. Diante de tanta utilização dessa malandragem por aqui, a FIFA anunciou o fim da paradinha a partir do instante em que a bola rolar na Copa do Mundo. Além disso, punirá os batedores que a utilizarem com o cartão amarelo. Um pesadelo para os cobradores, já acostumados com o método e com a pontaria afiada para esse tipo de cobrança. Olhemos, então, a estratégia de cobrança pelo ponto de vista dos goleiros.
 
Os defensores da meta são reféns da paradinha. Isso porque a regra não é flexível com seus movimentos embaixo das traves. O goleiro não pode se mover para frente durante a realização da cobrança, devendo ficar em cima da linha do gol e tendo a permissão, apenas, para se mover para os lados. Caso se adiante, será marcada a invalidação do pênalti, a menos que a bola tenha ido para as redes. Essa norma limita muito a ação dos goleiros, ainda que, como vimos, o pênalti seja a pior punição do futebol. Os arqueiros ficam à mercê dos batedores diante de uma imensa baliza e, ainda, sujeitos a serem enganados pela paradinha. Não apóio a decisão da FIFA de acabar com esse recurso, apenas defenderia a causa dos goleiros, que não tem o que fazer durante os tiros de 11 metros, caso não se adiantem à linha. A paradinha, queira ou não, é um drible, algo bonito de se ver. Humilhante, porém, para qualquer guarda-redes. Lembramos ainda que quaisquer fossem as regras, a chance de um jogador acertar o gol são infinitamente maiores que a do outro de defender daquela distância. Pediria apenas para que aprimorassem o regulamento do futebol a fim de auxiliar o defensor, para que cada um tivesse um recurso no confronto com o outro: o goleiro, se adiantar para a defesa; o atacante parar no meio da corrida e, posteriormente, realizar o chute para o gol. Assim, a disputa por pênaltis seria muito mais emocionante, acabando com a velha história da loteria. Pênalti é habilidade e equilíbrio emocional. Uma disputa mais justa entre os dois adversários, decerto, não faria mal a ninguém.

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