Campeão inédito domingo
Por Guilherme Marçal
Espanha derrota alemães e enfrentará Holanda na grande final; Título será inédito para ambas as seleções
Pela primeira vez na história, a Espanha está na final de uma Copa do Mundo. E se está, é por merecimento. A equipe superou a badalada Alemanha de Schweinsteiger e Klose e debuta na grande decisão. A adversária será a Holanda, que derrotou ontem o Uruguai por 3 a 2. O vencedor do confronto levantará a taça pela primeira vez. Aos alemães, resta lamentar não ter ido mais longe com uma geração tão talentosa. Certeza, porém, que chegará forte para 2014. Quem viver, verá. Analisemos, então, esta semi-final.
O jogo em si, não foi bom, do ponto de vista técnico. A Espanha começou melhor e assim permaneceu durante toda a partida. Aos 6 minutos, Pedro lançou Villa, que chutou contra o corpo de Neuer, exigindo boa saída do camisa 1 alemão. Sete minutos mais tarde, Iniesta cruzou na área para Puyol, sozinho, cabecear por cima da meta. A primeira finalização da Alemanha na partida viria dos pés de Trochowski, que obrigou Casillas a se esticar e mandar para córner. Com uma forte marcação dos dois lados, as equipes se estudaram mais do que arriscaram o ataque e o jogo ficou amarrado, com poucas oportunidades claras. Sem muita emoção, falemos da segunda etapa.
Na volta do intervalo, a Espanha voltou ainda melhor e quase abriu o placar, aos 4, com Xabi Alonso. O volante do Real Madrid soltou a bomba e a bola passou raspando a trave do goleiro Neuer. Aos 12, uma bela troca de passes espanhola quase termina em gol. Iniesta e Capdevilla fizeram ótima tabela e Pedro veio de trás para bater firme. Neuer deu rebote, Xabi Alonso dominou e tocou de calcanhar para Iniesta, que foi na linha de fundo e cruzou, mas nenhum atacante espanhol estava na pequena área para completar para as redes. Aos 13, Pedro arriscou de fora e a Jabulani levou perigo ao gol. Era evidente que o time alemão não era o mesmo de outras partidas, o time somente se defendia, abrindo mão até mesmos dos ligeiros contra-ataques com Özil, Schweinsteiger e Müller, sendo esse último a grande baixa dos tricampeões para a partida. Por conta disso, a Espanha sufocava e era sabido que alguma hora a bola iria entrar. David Villa tentou furar o bloqueio com um chute cruzado, mas Neuer estava atento. Aos 23, momento raro no jogo, a Alemanha veio até a área espanhola e levou perigo com chute de Kroos, após bela trama de Özil e Podolski pela esquerda. Casillas mostrou reflexo. Quatro minutos depois, aconteceu o previsto: a Espanha abriu o placar. O que ninguém esperava é que Puyol seria o homem do jogo, ao completar com uma testada firme o cruzamento perfeito de Xavi, fazendo o único tento do jogo. A partir daí, com a retranca montada, a Alemanha tentou partir para o tudo ou nada, mas não obteve êxito, fato que já era esperado, a partir do momento que Joachim Löw sacou do banco um poste denominado Mario Gomez. Aos espanhóis, inspirados no Ludismo, resta quebrar com toda a Fúria a Laranja Mecânica. Cabe também, dizer que, se a Espanha se sagrar campeã, fará história como a primeira seleção a conquistar a Copa perdendo uma partida (no caso, 1 a 0 para a Suíça). Mas não importa. Se for campeã, já basta a perda do estigma de nunca vencer nada.
Destaque:
Charles Puyol
O zagueiro deixou o atacante Villa para trás e marcou o gol mais decisivo da história da Espanha, numa linda cabeçada
Escalações:
Alemanha: Neuer, Lahm, Friedrich, Mertesacker e Boateng (Jansen); Schweinsteiger, Khedira (Mario Gomez) e Özil; Trochowski (Kroos), Klose e Podolski. Técnico: Joachim Löw.
Espanha: Casillas, Sergio Ramos, Piqué, Puyol e Capdevila; Xabi Alonso (Marchena), Busquets, Xavi e Iniesta; Villa (Torres) e Pedro (David Silva). Técnico: Vicente del Bosque.
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