quinta-feira, 8 de julho de 2010

Laranja vai à final

Por Guilherme Marçal

Holanda despacha uruguaios e se garante na terceira final de sua história


A Holanda está na final. Ao contrário do que muitos pensavam, porém, não foi nada fácil. Era evidente que seria um jogo duro, os uruguaios mostraram toda sua raça e disposição para superar os desfalques e a gritante deficiência técnica, principalmente no meio-campo. Munidos de uma escalação muito melhor no papel e de dois jogadores decisivos, os holandeses superaram a equipe celeste e se classificaram para sua terceira final, com a esperança de, dessa vez, não receber o vice-campeonato. A Holanda espera agora o resultado do confronto entre Espanha e Alemanha para conhecer seu adversário de domingo. À torcida uruguaia, cabe reconhecer o esforço de seus jogadores e aplaudir de pé a chegada à semi-final.

O jogo demorou um pouco a engrenar, pois a Holanda esbarrava na defesa uruguaia, ao menos inicialmente, bem postada. Diante da forte marcação, sobrava arriscar os chutes de fora da área, historicamente um ponto forte do time holandês. E foi justamente assim que Van Bronckhorst abriu o placar. Aos 17 minutos, o lateral de 36 anos acertou um chutaço de canhota, no ângulo de Muslera, num dos gols mais belos da Copa até agora. O gol, contudo, não mudou a atitude uruguaia em campo, pois o técnico escalara 3 volantes e os laterais pouco apoiavam, de modo que Forlán brigava sozinho no ataque contra a zaga europeia, já que Cavani pouco aparecia. Kuyt, aos 39, quase marcou o segundo, exigindo reflexo de Muslera. Mas o Uruguai, mesmo sem a formação adequada, tinha seu artilheiro. Forlán recebeu pelo meio, cortou Mathijsen e mandou uma bomba de esquerda. A Jabulani variou na trajetória, enganou o goleiro Stekelenburg e deu o empate para os sul-americanos. O mesmo Forlán ainda bateria uma falta sem muita força antes do fim do primeiro tempo. Não houve muita movimentação, mas a eficiência foi a palavra para definir o 1º round.

 A segunda etapa foi muito mais emocionante. Logo de cara, a zaga holandesa tratou de fazer bobagem e por pouco Alvaro Pereira não vira a partida. E só não virou, porque Van Bronckhorst salvou na falta do goleiro Stekelenburg em seu devido lugar. Aos 21, Forlán cobrou falta com categoria, mas o arqueiro holandês se esticou todo para espalmar, numa bela defesa. No lance seguinte, uma bela trama laranja. Van Persie rolou para Van der Vaart na área, o meia chutou forte, obrigando Muslera a espalmar. A bola sobrou na perna direita de Robben (e, nesse caso, só existe a perna canhota) que finalizou sem direção. Três minutos depois, o ataque holandês foi fatal. Van der Vaart e Van Persie tocaram na bola até ela chegar a Sneijder. O craque cortou para o meio, mandou de direita e a bola foi morrer no fundo das redes, após resvalar em Maxi Pereira e passar pelo corta-luz de Van Persie, que participou da jogada e estava em impedimento. Erro crucial da arbitragem, que levou os europeus a passar à frente do placar. Gol que motivou a Holanda, que mataria a partida logo em seguida. Aos 27, Kuyt cruzou para a área com perfeição e Robben cabeceou caprichosamente no cantinho de Muslera. A Jabulani bateria na trave, antes de ampliar o marcador para os laranjas. Nervosos, os uruguaios arriscaram colocar vários atacantes, se esquecendo que o meio-campo era fundamental para que a bola chegasse na frente. Mesmo assim, a melhor equipe sul-americana da Copa 2010, diminuiria o placar no penúltimo minuto, na base da raça. Maxi Pereira aproveitou falha da defesa rival e bateu no cantinho de Stekelenburg. A pressão uruguaia no final não foi páreo para a zaga holandesa. O destino já estava traçado. As ausências de Suárez e Lugano foram grandes perdas para a Celeste, mas é preciso reconhecer: a Holanda, merecidamente, avançava à final.

Destaque:

Wesley Sneijder

Para variar, o melhor em campo. Distribui muito bem o jogo e dita o ritmo da equipe laranja.  Marcou gol decisivo no segundo tempo, seu 5º na competição. Certamente, estará entre os craques do Mundial.

Escalações:
Holanda: Stekelenburg, Boulahrouz, Heitinga, Mathijsen e Van Bronckhorst; Van Bommel, De Zeeuw (Van der Vaart), Robben (Elia), Sneijder e Kuyt; Van Persie.Técnico: Bert Van Marwijk. 
Uruguai: Muslera, Maxi Pereira, Godín, Victorino e Cáceres; Perez, Arévalo Rios, Gargano e Álvaro Pereira (Loco Abreu); Forlán (Fernández) e Cavani.Técnico: Oscar Tabárez.

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