sábado, 26 de junho de 2010

Empate deu nota ao jogo


Por Guilherme Marçal

Em jogo sonolento e sem criatividade, Brasil garante primeira posição para enfrentar o Chile, enquanto portugueses pegarão Espanha nas oitavas


O Brasil sem Kaká e Robinho. Portugal com uma retranca forte. O resultado realmente não poderia ter sido outro. O jogo foi fraquíssimo, nenhuma das duas equipes parecia estar se classificando às oitavas-de-final. Contudo, como isso foi exatamente o que ocorreu, temos de entender e esperar melhores desempenhos nas fases seguintes. O Brasil pegará o 2º colocado do Grupo H, o Chile. Já Portugal terá pelo caminho simplesmente a temida Espanha. Páreo duro para os dois. Mas falemos então dessa partida, ainda que o duelo mais emocionante tenha sido entre Pepe e Felipe Melo.

O Brasil até tinha uma troca de passes razoável no início do jogo e teve chances de gol nos chutes de Daniel Alves, ainda assim, sem perigo à meta de Eduardo. Tiago tentou responder para os portugueses, mas chutou torto após levantamento de Fabio Coentrão. Aos 29, a melhor chance da primeira etapa: Luis Fabiano fez belo passe para Nilmar, que, de dentro da pequena área, mandou sem ângulo na trave, com desvio de Eduardo. Após alguns chutes de longe, o Brasil chegou de novo com perigo com Maicon, que cruzou para Luis Fabiano cabecear tirando tinta da baliza direita. A essa altura, Felipe Melo e Pepe já haviam se estranhado algumas vezes. A batalha entre os dois era incessante. Um intercalava pontapés no outro, até que os dois recebessem amarelos. Para nossa sorte, Dunga sacou Felipe Melo antes do pior (ou seria melhor? Afinal, Ramires seria titular no jogo seguinte, se houvesse uma expulsão). Sem mais emoções, veio o intervalo.

Cristiano Ronaldo, assim como no primeiro tempo, tentava puxar contra-ataques, sempre levando perigo. Por duas vezes chegou em velocidade na área brasileira, mas encontrou pela frente Lucio, o melhor zagueiro do mundo. O segundo tempo não tinha nada de criativo e muitos bocejos eram vistos pela arquibancada. Até que numa das arrancadas de Cristiano, Lucio fez o corte, mas serviu Raul Meireles que conseguiu perder frente a frente com Julio César, na melhor oportunidade portuguesa. O jogo se arrastava sem boas chances e o maior destaque brasileiro era Lucio. Com Julio Baptista sumido e a lerdeza de Gilberto Silva, o zagueirão se aventurava no ataque, fazendo suas costumeiras filas e criando boas chances. Até na área aparecia para cabecear. Quando, enfim, Dunga fez algo que prestasse, colocando Ramires, o Brasil chegou na área de Portugal e quase marcou, não fosse bela defesa de Eduardo, em chute prensado do meia, que inclusive joga no futebol português. Além disso, nada mais empolgou.

Destaque:

Lucio

O capitão brasileiro fez uma partida perfeita. Anulou Cristiano Ronaldo e ainda se apresentou no meio-de-campo e ataque para ajudar na criação inexistente do Brasil. Disparado o melhor defensor do mundo. 

Opinião do torcedor brasileiro (Guilherme Marçal):
Sinceramente, a partida me decepcionou muito, em quase todos os aspectos. Primeiramente, a falta de criação de jogadas brasileira foi impressionante. Julio Baptista não foi visto em campo, Daniel Alves ainda não jogou o que se espera dele. Quanto a Felipe Melo, eu nem comento seu destempero e falta de responsabilidade nas suas imprudentes entradas com o pé excessivamente levantado. É evidente a dependência dos craques Robinho e Kaká, não há ninguém, no banco para substituí-los. E só não há ninguém porque nosso gentil e coerente Dunga não admira o bom futebol. Ganso, Ronaldinho, Neymar, qualquer um entraria para mudar a cara da partida. Mas não vou discutir isso, afinal, não duvido nada que o próprio Dunga vá ler isso e comece a me por em cheque numa coletiva de imprensa. Nunca vi procurar tanta sarna para se coçar! Jogo medíocre, destaque mesmo só para Lucio, esse sim fez um partidaço, assim como o gajo Ronaldo, que sozinho tentou levar os portugueses à frente.

Opinião do torcedor português (Pedro Daniel M. Campos):
Apesar do me amigo Guilherme ter uma opinião diferente, eu não acho que foi decepcionante. Esperava um jogo exatamente assim; muito fechado, com falta da espaço para trabalhar a bola. Mais uma vez destaco a atuação brilhante de Fabio Coentrão vem mostrando nessa copa que tem um futuro enorme pela frente, atuando de maneira excepcional tanto na defesa como avançando pela linha de fundo. O Jogo serviu constatar também aquilo que eu queria saber desde o ultimo jogo, e está confirmado: Quando o Cristiano Ronaldo avança, sobra alguém na marcação de Raul Meireles que se movimenta bem.
Pepe entrou depois de algum tempo de lesão e mostrou que precisa de se acalmar para conseguir uma vaga de titular nessa seleção. Alias, isso é algo que tiro de análise da primeira fase. Portugal não tem um time titular; tem um elenco. O técnico Carlos Queirós adaptou o jogo conforme os adversários. Versatilidade; se dá certo ou não, eu não sei
, mas eu gosto de ver.
Que venha a Espanha, como eu esperava, previa e, sinceramente, e torcia.

Escalações:

Portugal: Eduardo, Ricardo Costa, Ricardo Carvalho, Bruno Alves e Fábio Coentrão; Pepe (Pedro Mendes), Tiago, Danny, Raul Meireles (Veloso), Duda (Simão); Cristiano Ronaldo.Técnico: Carlos Queiroz.

Brasil: Julio Cesar, Maicon, Lúcio, Juan e Michel Bastos; Gilberto SIlva, Felipe Melo (Josué), Daniel Alves e Julio Baptista (Ramires); Nilmar e Luis Fabiano (Grafite). Técnico: Dunga.

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