quarta-feira, 9 de junho de 2010

Para não errar lá na frente...


Por Guilherme Marçal

Amistosos revelam deficiências no time de Dunga a 4 dias da Copa






O Brasil mostrou nos 2 últimos amistosos pré-Copa que ainda precisa arrumar a casa para estrear no Mundial. Tanzânia e Zimbábue não são parâmetros para se medir a condição de um time antes de um campeonato internacional. Portanto, temos de dar mais valor ao que houve de errado do que aos acertos, afinal, já esperava-se que o Brasil atropelasse ambos os adversários.


Diante do Zimbábue, o time entrou mal em campo, mas conseguiu fazer 3 a 0 sem maiores dificuldades. Michel Bastos obteve destaque no ataque, fazendo um belo gol de falta e chegando constantemente com perigo pelo flanco esquerdo. Robinho também confirmou boa fase e deixou sua marca. Elano completou o placar, em bela jogada de Daniel Alves, o reserva de luxo de Dunga, e Julio Baptista, imediato suplente de Kaká. Aliás, o meia do Real Madrid preocupou, pois pouco tocou na bola e parecia fora de ritmo de jogo. O fraco time do Zimbábue não ofereceu resistência e incomodou pouco a boa zaga brasileira.


O problema, no entanto, ficou por conta do segundo amistoso. A Tanzânia se mostrou uma seleção mais agressiva que a anterior companheira africana, apesar das fragilidades. A destacar, os espaços para jogar e avançar com liberdade até a zaga, encontrados pelos velozes atacantes e laterais africanos. O placar de 5 a 1 não pode esconder as falhas em diversos setores. Luis Fabiano, voltando de lesão, ainda não está em plena forma, assim como Kaká, que não mostrou mobilidade nem as costumeiras arrancadas. Partamos então para analisar o time como coletivo. No meio-de-campo, o problema mais grave. Felipe Melo fez sua pior partida na seleção, errou todos os passes possíveis e comprometeu o setor esquerdo de Michel Bastos, que teve de se desdobrar na marcação, longe de ser seu ponto forte. Com uma marcação recuada demais, o time deixou a Tanzânia chegar perto da área por diversas vezes. Ao menos pudemos ver que nosso goleiro substituto transmite segurança. A saída de bola está muito lenta, Gilberto Silva não consegue dar ritmo de jogo ao time.


Por isso, no segundo tempo, presenciamos uma colossal melhora de rendimento, com as entradas de Ramires e Josué. Ramires marcou 2 gols, deu a mobilidade que o Brasil tanto necessitava e Josué deu mais velocidade à saída de bola com passes mais rápidos. Além disso, Kaká quis jogar os 90 minutos para ressaltar que recuperara a forma. Resultado: um segundo tempo muito mais consistente, com um 3 a 1, com gol do craque camisa 10 da seleção.  A propósito, os outros 2 gols ocorridos no primeiro tempo foram anotados por Robinho, confirmando a boa fase e as pazes feitas com os gols pela amarelinha. Gomes não teve culpa no gol. 


Em resumo, cabe a Dunga perceber que o calcanhar de Aquiles da seleção está na parte esquerda médio-defensiva. As entradas de Ramires, Josué e Daniel Alves (ou até mesmo Gilberto, lateral de marcação mais eficiente), poderiam ser as soluções. Kaká, para nosso alívio, tem voltado à forma aos poucos. A questão mesmo é a alteração no esquema que Dunga vem imortalizando, o qual tem mostrado defeitos às vésperas do teste de fogo. Mas daí a convencer o teimoso técnico brasileiro...Boa sorte, Brasil!

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